Assim como Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco é um daqueles fenômenos atemporais. Quase 20 anos desde sua primeira exibição no Brasil, a saga dos Defensores de Athena continua com uma legião de fãs que acompanha todas as novidades que chegam ao país.
Diante de tamanha “devoção” à série, não é de se estranhar que Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário tenha recebido um tratamento todo especial em sua versão nacional. Apesar de não ser nenhum blockbuster, o título ganhou uma atenção cuidadosa da distribuidora, deixando claro que aquele ali era um material voltado para os velhos fãs.
Mas será que o esforço valeu a pena? Desde as primeiras imagens e vídeos liberados, o game parecia pecar na qualidade e na variedade. Contudo, o que tinha para ser uma grande decepção se mostra o melhor jogo da franquia lançado até agora — mesmo com todos os seus problemas.
Aprovado
Elevando o Cosmo até o Sétimo Sentido
Apesar de não ser um feito muito difícil, Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário consegue ser melhor do que qualquer outro jogo já protagonizado por Seiya, Shiryu e companhia. Ao contrário dos demais títulos, que se resumiam apenas aos gêneros RPG e luta, realmente temos uma experiência bem próxima daquela vista nos mangás e no anime.
É esse pequeno detalhe que faz toda a diferença no jogo. Ao avançar pelo Santuário, a história que todos conhecemos é contada de maneira fiel à original. Essa adição, além de deixar o game muito mais próximo da obra de origem, também permite que passemos por trechos que foram ignorados no título para PlayStation 2, por exemplo. O Caminho das Rosas é uma prova disso, já que traz um grande significado dentro do enredo e que só pôde ser representado graças a essa nova abordagem.
Fidelidade para fã nenhum botar defeito
Para quem já acompanha a saga há anos, Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário traz outro grande atrativo: a fidelidade com a história original. Todas as principais passagens e diálogos do anime estão presentes, fazendo com que cada cena seja uma viagem no tempo.
Já para o público brasileiro, a grande surpresa está na qualidade das legendas. O game mantém o áudio original em japonês, mas todos os textos foram traduzidos com a colaboração do pessoal do site CavZodíaco, o que fez com que os nomes e golpes sejam exatamente os mesmos daqueles vistos na dublagem da TV.
Rasgando os céus com seus punhos
Mas não estaríamos falando de Cavaleiros do Zodíaco se não tivéssemos grandes batalhas. E é aqui que o game realmente empolga. Ao contrário dos títulos lançados para PlayStation 2, não basta apenas derrotar o oponente com sua força, mas também com seu Cosmo e sua inteligência.
Mais do que isso, alguns personagens têm suas características representadas de maneira muito fiel. Na luta contra Milo de Escorpião, por exemplo, você deve evitar que as 15 Agulhas Escarlates o atinjam caso queira sobreviver. Já contra Saga de Gêmeos, o Outra Dimensão pode realmente enviá-lo para o mundo dos mortos.
Reprovado
Vamos salvar Athena. De novo
Apesar de o jogo ser bem empolgante, ele não consegue escapar daquilo que todos temíamos: a repetição. Desde o início, Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário segue a mesma fórmula de “caminhar de uma casa até a outra” e “derrotar um Cavaleiro de Ouro”. Apesar de isso ser uma herança da série original — que nunca se destacou pela originalidade —, isso não torna o game menos cansativo.
Quando os desenvolvedores são preguiçosos
Apesar de muita gente criticar os gráficos do jogo, Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário não é um game malfeito, mas extremamente simples. A modelagem dos personagens traz pouquíssimos detalhes e expressões faciais, o que pode decepcionar muita gente. Porém, mais uma vez, o culpado de tudo isso é o criador da série.
Contudo, o que não dá para perdoar foi a preguiça dos desenvolvedores na hora de criar novos inimigos. Cada fase possui um chefe específico que vai tentar impedir sua entrada na próxima Casa Zodiacal. O problema é que a grande maioria desses chefes nada mais é do que versões reaproveitadas dos protagonistas.
Dentro da mitologia da série, existem 88 cavaleiros, mas a produtora optou por repetir os mesmos ao longo da trama. Assim, a única razão para que tenhamos um reaproveitamento de uma modelagem já existente é a mais pura preguiça. A grande chance de trazer o mínimo de variedade foi simplesmente desperdiçada.
Vale a pena?
No fim das contas, Os Cavaleiros do Zodíaco - Batalha do Santuário é realmente o jogo que os fãs esperaram anos para conferir. Mesmo com alguns deslizes consideráveis, os apaixonados pela série devem aproveitar cada minuto dessa história que já foi contada tantas vezes, mas que continua empolgando.
Por isso, se você for um fã saudosista que cresceu assistindo ao desenho e quer relembrar da sensação de como é brincar de ser um Cavaleiro do Zodíaco, chegou a hora de mergulhar em suas lembranças, queimar seu Cosmo e partir para a batalha, pois Athena está em perigo e só você pode salvá-la.







